Qual menina nunca sonhou em ser bailarina?
Entre laços, fitas, tutus (aquelas sainhas arrebitadas de tule), sapatilhas cor-de-rosa e maquiagem... o mundo fantástico dos contos de fada, do sobre-humano sustentado nas pontas dos pés.
Contrastando com essa imagem encantadora que temos do ballet, seu processo de ensino técnico e disciplinar é rígido pois busca o aprimoramento técnico através da repetição. Essa parte ninguém conta né?! Todo mundo acha que é só colocar a sapatilha de ponta e sair bailando... antes disso, muito treinamento, ensaios e técnica!
A Bailarina é a imagem de delicadeza e feminilidade mais forte e universalizada da Dança, visto ter sido disseminada na maioria das culturas ocidentais. Sua prática (com variáveis metodologias) é reconhecida nos mais diversos ambientes formativos. No Brasil, a maior parte dos currículos escolares da Educação Infantil (principalmente em escolas particulares) tende a incluir artes criativas como música, teatro e dança (e dentre as técnicas de dança, o ballet sempre teve lugar cativo entre as crianças).
Uma aula de “Baby class” (nome dado às aulas de iniciação para crianças) prima pela formação nos fundamentos que regem a técnica, de tal forma que quem pretender continuar seus estudos em dança possa ter as noções básicas, desta técnica tão antiga que é o ballet clássico.
São elas: o conhecimento do esquema corporal através da postura e alinhamento articular, o estímulo ao desenvolvimento psicomotor, o treino de flexibilidade, agilidade e ritmo, a origem e história do gestual e do vocabulário próprio da técnica, disciplina da mente e do corpo, apreciação musical, sociabilidade, autoconfiança, sensibilidade estética. Tais pressupostos fomentam a expressividade e criatividade dos indivíduos, e faz reverberar os limites da sala de aula e dos palcos em outros aspectos da vida do praticante.
A dimensão da sala de aula muitas vezes não vai ao encontro da magia dos palcos e por muitas vezes, neste processo de distanciamento a criança perde o prazer de aprender ballet. Acredito que o aprendizado verdadeiro deve manifestar-se através do desejo. Não havendo desejo, não há sentido na aprendizagem. O desejo por aprender se manterá vibrante quando estimulada a potencialidade da criança, através da criação de um espaço lúdico, descontraído e divertido em sala de aula e, que respeite também, a disciplina da técnica em questão.
Qual é a hora de começar? Por volta dos 4 a 6 anos, pois é um período de maturação do corpo da criança, que a coloca em disponibilidade motora para o aprendizado (pois aprender a técnica do ballet é efetivar um processo de alfabetização corporal), mas acima de tudo, quando e se a criança quiser, pois estimular não quer dizer obrigar. Cada um tem seu tempo que, se for desrespeitado pode pôr a perder um talento ou um admirador da dança. “Ballet é coisa de menina e artes marciais é coisa de menino”. Essa é uma freqüente frase repetida à exaustão nos meios sociais, o que não se diz é que, inúmeras também são as vezes que nos deparamos com meninos desejosos por aulas de ballet e meninas por “lutinhas”. Esses questionamentos esbarram principalmente em machismos e “achismos” culturais que mereceriam uma outra reflexão, em momento oportuno.
O que importa é que a prática da Dança (independente da técnica) faz parte da formação integral do indivíduo. Se quisermos cidadãos criativos e saudáveis no futuro, devemos incentivar a dança desde cedo.
Entre laços, fitas, tutus (aquelas sainhas arrebitadas de tule), sapatilhas cor-de-rosa e maquiagem... o mundo fantástico dos contos de fada, do sobre-humano sustentado nas pontas dos pés.
Contrastando com essa imagem encantadora que temos do ballet, seu processo de ensino técnico e disciplinar é rígido pois busca o aprimoramento técnico através da repetição. Essa parte ninguém conta né?! Todo mundo acha que é só colocar a sapatilha de ponta e sair bailando... antes disso, muito treinamento, ensaios e técnica!
A Bailarina é a imagem de delicadeza e feminilidade mais forte e universalizada da Dança, visto ter sido disseminada na maioria das culturas ocidentais. Sua prática (com variáveis metodologias) é reconhecida nos mais diversos ambientes formativos. No Brasil, a maior parte dos currículos escolares da Educação Infantil (principalmente em escolas particulares) tende a incluir artes criativas como música, teatro e dança (e dentre as técnicas de dança, o ballet sempre teve lugar cativo entre as crianças).
Uma aula de “Baby class” (nome dado às aulas de iniciação para crianças) prima pela formação nos fundamentos que regem a técnica, de tal forma que quem pretender continuar seus estudos em dança possa ter as noções básicas, desta técnica tão antiga que é o ballet clássico.
São elas: o conhecimento do esquema corporal através da postura e alinhamento articular, o estímulo ao desenvolvimento psicomotor, o treino de flexibilidade, agilidade e ritmo, a origem e história do gestual e do vocabulário próprio da técnica, disciplina da mente e do corpo, apreciação musical, sociabilidade, autoconfiança, sensibilidade estética. Tais pressupostos fomentam a expressividade e criatividade dos indivíduos, e faz reverberar os limites da sala de aula e dos palcos em outros aspectos da vida do praticante.
A dimensão da sala de aula muitas vezes não vai ao encontro da magia dos palcos e por muitas vezes, neste processo de distanciamento a criança perde o prazer de aprender ballet. Acredito que o aprendizado verdadeiro deve manifestar-se através do desejo. Não havendo desejo, não há sentido na aprendizagem. O desejo por aprender se manterá vibrante quando estimulada a potencialidade da criança, através da criação de um espaço lúdico, descontraído e divertido em sala de aula e, que respeite também, a disciplina da técnica em questão.
Qual é a hora de começar? Por volta dos 4 a 6 anos, pois é um período de maturação do corpo da criança, que a coloca em disponibilidade motora para o aprendizado (pois aprender a técnica do ballet é efetivar um processo de alfabetização corporal), mas acima de tudo, quando e se a criança quiser, pois estimular não quer dizer obrigar. Cada um tem seu tempo que, se for desrespeitado pode pôr a perder um talento ou um admirador da dança. “Ballet é coisa de menina e artes marciais é coisa de menino”. Essa é uma freqüente frase repetida à exaustão nos meios sociais, o que não se diz é que, inúmeras também são as vezes que nos deparamos com meninos desejosos por aulas de ballet e meninas por “lutinhas”. Esses questionamentos esbarram principalmente em machismos e “achismos” culturais que mereceriam uma outra reflexão, em momento oportuno.
O que importa é que a prática da Dança (independente da técnica) faz parte da formação integral do indivíduo. Se quisermos cidadãos criativos e saudáveis no futuro, devemos incentivar a dança desde cedo.
Camilla Rodrigues Bailarina, Arte-educadora, Diretora da Cia.Corppoema. Especialista em Dança e Consciência Corporal pela FMU-SP e Licenciada em Dança pela Faculdade Paulista de Artes. millaballerina@gmail.com Revisão: Monahyr Campos Publicação: Revista São Paulo em Foco ; ANO 2 – EDIÇÃO 15